Existem canções que você ouve uma vez, gosta, e não ouve nunca mais. E há canções que você, ouve, ouve, ouve, até que chega o dia que o seu próprio mp3 player não aguenta mais tocar aquela canção.
Existem cantores que um dia você ouve, gosta compra cd, vai a shows, mas você se rende a ele porque as suas músicas tocam a todo momento nas rádios.
Mas há cantores que você ouve nas rádios na voz de outros cantores, há cantores que já tiveram suas obras nas trilhas sonoras das novelas globais e você nunca prestou atenção, são esses cantores que fazem as canções pra serem guardadas nas caixinhas, esses canções você mostra pra quem realmente vale a pena.
Faz alguns meses me deparei com um desses cantores, o nome dele, Paulinho Moska.
Moska, compõe e faz parceria com muita gente, já teve suas canções em algumas novelas e alguns hits também, mas não é daqueles que quando você fala o nome todos conhecem.
Ele é desse que prendem a sua atenção num show de voz e violão, é desses que não têm fãs histéricas, é desse de fazer canções pra serem guardadas em caixinhas.
quinta-feira, 31 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
(In)Condicional
18 de março é dia do fã, nem sabia que esse dia existia, na verdade achava que era todo dia
Todo dia tem um maluco que acorda e a primeira coisa que faz é navegar na net, pra procurar notícia sobre determinado artista.
Todo dia tem um maluco que deixa de almoçar, pra sobrar dinheiro pra comprar o ingresso do show do seu cantor ou cantora favorito.
Todo dia tem alguém mais exaltado, disposto a brigar com alguém, porque esse alguém falou mal do seu ídolo.
Todos os dias.
Sabe, um dia eu fui assim. De juntar dinheiro, que ficar na net, de discutir por causa de gosto musical.
Não sou mais, ACORDEI. Hoje até tenho uma certa preguiça de gente que age assim, mas acredito que seja uma fase, um dia passa.
E eu nem precisei ler o texto a seguir pra acordar;
Amor de fã
Você passaria a madrugada em frente ao prédio do seu namorado, esperando ele abanar da janela? Você escreveria para seu marido um bilhete com dois quilômetros de comprimento, escrito de ponta a ponta "te amo, te amo, te amo"? Você arrancaria um pedaço da camiseta dele com os dentes, choraria convulsivamente ao vê-lo sorrir, passaria fome e frio em troca de um rabisco feito por ele? Se ele fosse o Ricky Martin, que dúvida.
Mulher nenhuma faz pelo Zé que tem em casa o que faz pelo Fabio Assunção, pelo Rodrigo Santoro ou pelo Mauricio Mattar. Amor de fã é passional, ardente, insaciável. Elas fazem qualquer coisa por um homem que nunca viram antes, que não sabem se é bom ou mau caráter, se têm calos nos pés ou se limpa o nariz na manga da camisa.
Apaixonam-se por uma figura idealizada, por um príncipe de faz-de-conta, e assim
compensam suas carências.
Quando vi milhares de pessoas, mulheres a maioria, fazendo vigília em frente ao hospital onde esteve internado o falecido cantor Leandro, pensei: será que elas fariam a mesma coisa por um pai, por um irmão, por um marido? Passariam em claro tantas noites, ajoelhariam-se na calçada, desesperariam-se dessa maneira? Desconfio. O sentimento que temos por nossos familiares é muito mais complexo: são relações de amor e ódio. A convivência humana é implacável. Por mais que amemos quem está próximo de nós, acreditamos que ouvir suas críticas e reclamações, vivenciar sua ironia e descaso, agüentar seus hábitos e manias, tudo isso vale como cota de sacrifício. Em caso de doença, não carece cair de joelhos na calçada, basta rezar uma Ave-Maria em casa.
Com nosso ídolo é diferente. Ele é lindo, rico, afetuoso, só tem qualidades. Facilmente o confundimos com os papéis que representa, com a música que canta. Ele nunca chegou atrasado a um compromisso com você, nunca chutou o seu cão, nunca roncou, nunca a decepcionou, simplesmente porque nunca se relacionou com você: é um amor unilateral e fantasioso. Você projeta no seu ídolo as qualidades que não vê em quem está a seu lado, e entra em surto quando tem a chance de receber dele algo real, nem que seja um autógrafo ou um fio de cabelo. Pecado não é, mas quem dorme sob nosso teto todos os dias merece, no mínimo, a mesma devoção.
Martha Medeiros
Todo dia tem um maluco que acorda e a primeira coisa que faz é navegar na net, pra procurar notícia sobre determinado artista.
Todo dia tem um maluco que deixa de almoçar, pra sobrar dinheiro pra comprar o ingresso do show do seu cantor ou cantora favorito.
Todo dia tem alguém mais exaltado, disposto a brigar com alguém, porque esse alguém falou mal do seu ídolo.
Todos os dias.
Sabe, um dia eu fui assim. De juntar dinheiro, que ficar na net, de discutir por causa de gosto musical.
Não sou mais, ACORDEI. Hoje até tenho uma certa preguiça de gente que age assim, mas acredito que seja uma fase, um dia passa.
E eu nem precisei ler o texto a seguir pra acordar;
Amor de fã
Você passaria a madrugada em frente ao prédio do seu namorado, esperando ele abanar da janela? Você escreveria para seu marido um bilhete com dois quilômetros de comprimento, escrito de ponta a ponta "te amo, te amo, te amo"? Você arrancaria um pedaço da camiseta dele com os dentes, choraria convulsivamente ao vê-lo sorrir, passaria fome e frio em troca de um rabisco feito por ele? Se ele fosse o Ricky Martin, que dúvida.
Mulher nenhuma faz pelo Zé que tem em casa o que faz pelo Fabio Assunção, pelo Rodrigo Santoro ou pelo Mauricio Mattar. Amor de fã é passional, ardente, insaciável. Elas fazem qualquer coisa por um homem que nunca viram antes, que não sabem se é bom ou mau caráter, se têm calos nos pés ou se limpa o nariz na manga da camisa.
Apaixonam-se por uma figura idealizada, por um príncipe de faz-de-conta, e assim
compensam suas carências.
Quando vi milhares de pessoas, mulheres a maioria, fazendo vigília em frente ao hospital onde esteve internado o falecido cantor Leandro, pensei: será que elas fariam a mesma coisa por um pai, por um irmão, por um marido? Passariam em claro tantas noites, ajoelhariam-se na calçada, desesperariam-se dessa maneira? Desconfio. O sentimento que temos por nossos familiares é muito mais complexo: são relações de amor e ódio. A convivência humana é implacável. Por mais que amemos quem está próximo de nós, acreditamos que ouvir suas críticas e reclamações, vivenciar sua ironia e descaso, agüentar seus hábitos e manias, tudo isso vale como cota de sacrifício. Em caso de doença, não carece cair de joelhos na calçada, basta rezar uma Ave-Maria em casa.
Com nosso ídolo é diferente. Ele é lindo, rico, afetuoso, só tem qualidades. Facilmente o confundimos com os papéis que representa, com a música que canta. Ele nunca chegou atrasado a um compromisso com você, nunca chutou o seu cão, nunca roncou, nunca a decepcionou, simplesmente porque nunca se relacionou com você: é um amor unilateral e fantasioso. Você projeta no seu ídolo as qualidades que não vê em quem está a seu lado, e entra em surto quando tem a chance de receber dele algo real, nem que seja um autógrafo ou um fio de cabelo. Pecado não é, mas quem dorme sob nosso teto todos os dias merece, no mínimo, a mesma devoção.
Martha Medeiros
quinta-feira, 10 de março de 2011
A dor que dói mais
Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.
Martha Medeiros
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