Mais uma vez, dezembro.
E as promessas não cumpridas?
Os quilos não perdidos?
O emprego novo que não veio?
Tenho uma parcela de culpa em tudo isso.
Uma grande parcela. Não me abstenho da culpa.
Aos vinte e poucos a gente acha que tem todo o tempo do mundo.
Não deu? Não esquenta, ainda dá tempo.
Daqui uma hora. Amanhã. Semana que vem. Mês que vem.
O tempo é hoje. Agora.
A gente passa o dia querendo que ele acabe.
Passa a semana toda querendo que ela chegue logo ao final.
Passa o final de semana querendo que ele passe devagar.
Vê o quanto tudo isso é contraditório?
Querer que uma semana, às vezes, um mês passe devagar.
E não acreditar que doze meses passaram voando.
De repente, não mais que de repente estamos em dezembro.
E mais uma vez eu vivi um ano errante, mas buscando acertar.
Apostando nas escolhas que fiz, mesmo que me arrependesse delas 30 minutos depois.
Daqui trinta dias o calendário vira. O ano muda.
E não duvide. Num piscar de olhos pode ser dezembro novamente.
Pisque.